11 de setembro de 2013

Família Capiberibe tenta esconder que também são investigados da operação Mãos Limpas


A operação da PF que prendeu diversas autoridades políticas do Amapá e revelou a possível participação de Camilo Capiberibe em um esquema de peculato e formação de quadrilha completa três anos.
A Operação Mãos Limpas, que há três anos determinou o resultado das eleições de 2010 com a prisão de políticos, secretários de estado e servidores dando a Camilo Capiberibe a cadeira de chefe do executivo estadual, deve ser alvo de disputa nesta terça-feira pelos grupos políticos do Estado. Hoje o atual governador e sua família também estão enrolados no Escândalo. Em abril de 2012 veio a tona a participação da família Capiberibe no escândalo político, o governador foi intimado pelo ministro João Otávio de Noronha, para audiência oitiva, no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Camilo foi acusado de peculato e formação de quadrilha. De acordo com as investigações, o governador, na época deputado estadual, estaria envolvido em um suposto esquema de emissão de notas frias em aquisição de passagens aéreas para comprovar os gastos com verba indenizatória.O esquema de passagens beneficiou o hoje senador João Capiberibe, seu pai. A Polícia Federal chegou até o governador, após análises em documentos apreendidos na operação Mãos Limpas. Entre o material apreendido pela polícia havia indícios de que Capiberibe e alguns colegas desviavam recursos públicos. Eles apresentavam notas fiscais da agência de turismo Martinica como se tivessem gastado com viagens aéreas - e recebiam reembolso por isso. Após investigar a Martinica, os policiais concluíram que as notas eram frias. Os documentos entregues ao ministro comprovam que as viagens eram inventadas para que os deputados recebessem um extra dos cofres públicos.

Conforme as investigações, em nenhuma das notas fiscais há o detalhamento dos trechos percorridos, o valor individual de cada trecho, a quantidade de passagens vendidas e os nomes dos passageiros. Também não consta nenhum comprovante de deslocamento.

Segundo a Polícia Federal, a nota fiscal para ser aceita deve conter a discriminação por item de serviço prestado ou material fornecido, não se admitindo generalizações ou abreviaturas que impossibilitem a identificação da despesa. Ainda de acordo com a PF, para comprovar o deslocamento, tanto a empresa como os parlamentares devem fornecer cópias dos comprovantes dos trechos voados com o valor individual e os respectivos nomes dos passageiros.

Outro fator que chamou atenção, classificada pela PF de "manobra dos deputados", entre eles o atual governador Camilo Capiberibe, de apresentarem notas fiscais no valor exato de R$ 8 mil, logo após a verba indenizatória ter passado de R$ 12 mil para R$ 20 mil. Em outubro de 2010, um mês depois da realização da operação, houve novo aumento da verba para R$ 50 mil, e em apenas uma das notas apresentadas como prestação de contas de Camilo Capiberibe, o governador gastou em passagens aéreas o valor de R$ 21.500,22.

A maneira obscura como era feito os gastos, levou a Justiça a pedir a quebra dos sigilos bancário, financeiro e fiscal de Camilo Capiberibe, que só não ocorreu antes por falta de elementos. A partir daí, o governador passou a ser citado na operação Mãos Limpas.

35 contas bancárias

As investigações sobre o esquema de emissão de notas frias para comprovar gastos com verba indenizatória, levaram a Polícia Federal a pedir, e a Justiça concedeu, a quebra do sigilo bancário do atual governador, que só não ocorreu antes por falta de elementos. Esta foi a primeira vez que o governador foi citado na operação Mãos Limpas. O tema veio à tona na reportagem publicada pela revista Época, em abril de 2012. 

A tia de Camilo Capiberibe,a conselheira aposentada do Tribunal de Contas do Estado, Raquel Capiberibe, também é alvo da Operação Mãos Limpas. No dia 28 de maio de 2011 a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na casa da ex-conselheiroa. Lá foram apreendidos documentos, dinheiro e listas. Raquel é acusada de ter sacado mais de R$ 1 milhão de reais do TCE na boca do caixa. A mulher do governador, Cláudia Capiberibe, à época era assessora especial da presidência do TCE, cargo que ocupou até depois da eleição de que Camilo Capiberibe.


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